Pavilhão Araras / Venta Arquitetos

05/06/2024 | Notícia | ArchDaily

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto situa-se em terreno já ocupado com residência principal e área de lazer, contexto no qual se decide edificar um pavilhão a fim de abrigar duas suítes para hóspedes e uma residência para a caseira. A área destinada para a construção possui acentuado declive, da ordem de 60% de inclinação, e um importante conjunto arbóreo a ser preservado. Constitui-se ainda numa passagem entre um conjunto de árvores cerejeiras, situadas na parte mais elevada, e árvores consideradas nativas, na fração inferior da área. Um aspecto que determinou em grande medida a estratégia de projeto e construção consistiu no tempo disponível para todas as etapas, incluindo a obra, de 200 dias.

O processo de projeto partiu então da definição de uma estratégia de obra aérea e ligeira, de modo a fazer pairar sobre o terreno e junto às árvores uma estrutura leve, intervindo minimamente na topografia natural. Para isso, decidiu-se reunir o programa num único volume elevado, apoiado sobre uma linha de quatro pontos de fundações profundas. A disposição deste volume e o seu fracionamento em duas partes são consequências diretas da disposição das árvores existentes. Neste sentido, em torno de uma árvore nativa definiu-se um pequeno pátio aéreo de acesso às suítes, além disso, implantou-se o volume obliquamente em relação às curvas de nível, criando o afastamento necessário para a preservação das cerejeiras.

Apesar da condição elevada da construção, há uma espécie de continuidade térrea através da ligação entre caminhos preexistentes com uma calçada apoiada sobre o solo e passarelas de acesso às suítes e residência. O conjunto de passarelas e calçada desempenham, por sua vez, o papel de equilibrar e ancorar a estrutura linear.

A respeito dos materiais utilizados, a demanda por uma construção ligeira em seu duplo sentido – leveza e velocidade de realização – contribuiu na definição de todos os sistemas construtivos: piso (tipo Painel Wall), paredes (tipo Drywall), cobertura (telhas termo-acústicas), esquadrias de alumínio e fachadas (placas cimentícias e réguas em Cumaru). 

A diferenciação entre as fachadas frontal e posterior, sendo a primeira com réguas verticais em madeira e a segunda com pintura na cor grafite, diz respeito à situação do entorno. Quando visitamos o local  pela primeira vez, na última semana de julho, nos deparamos com as árvores cerejeiras floridas, o que ocorre uma vez ao ano, florescência esta que tem duração de apenas 2 semanas. Sendo assim, a longa fachada em réguas de Cumaru tem por objetivo continuar à sua maneira e ao longo do ano, a experiência cromática do período de florescência das cerejeiras. Por outro lado, a fachada posterior encontra-se infiltrada sob a permanente sombra das copas das árvores nativas. De tal modo, o escurecimento no tratamento de todos os materiais desta fachada partilha do mesmo desejo de continuidade com o entorno.

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