18/05/2023 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço
1. “A grande importância do uso do sistema em aço neste projeto foi o fato de ganharmos pelo menos seis meses de agilidade na obra”.
2. “Outro fator fundamental foram os grandes vãos que nos permitiram construir pátios cobertos e descobertos livres de pilares”.
As duas frases são do arquiteto Marcelo Maia Rosa, do escritório Andrade Morettin, um dos responsáveis pelo belo projeto em estrutura metálica da Escola Bilíngue Aubrick, em São Paulo. “A importância do uso do aço para a construção de projetos inovadores está ligada à própria industrialização do sistema, estimulando uma cadeia que realmente trabalhe com material de ponta de tecnologia, uma pré-fabricação muito precisa e pouquíssimas alterações em obra”, avalia.
Toda a estrutura da moderníssima Escola Aubrick é em aço, explica o arquiteto. Neste sistema, as espessuras dos elementos estruturais foram adaptadas aos esforços e ao necessário controle de deformações, de forma a garantir as bitolas requeridas pela arquitetura. “Foram usadas 212 toneladas de aço nesta obra”, destaca Marcelo Maia Rosa. Além da estrutura em aço, as paredes divisórias são em placas estruturadas em perfis galvanizados, e os guarda-corpos das áreas que dão para os vazios formados pelos pátios são em perfis tubulares com telas em aço, o que traz um caráter bastante transparente e fluído para o espaço.
O arquiteto explica que o projeto se inspira basicamente na continuidade do seu térreo, totalmente aberto, que ajudou na criação de uma planta organizada por um grande pátio e a concepção de circulações bem fluídas. “Há uma importante relação com a rua, que mantém a escala do bairro, criando uma fachada quase transparente com brises metálicos de proteção passiva para proteger da incidência solar direta. O foco é utilizar menos ar-condicionado e outros sistemas ativos de climatização”, afirma o arquiteto.
Além do térreo, o edifício apresenta mais dois pavimentos e está posicionado na periferia do terreno, voltado para dois pátios. O principal forma uma praça no centro do edifício, para onde se abrem as salas de aula. Sua cobertura é retrátil, oferecendo luz natural filtrada e permitindo a utilização do espaço mesmo em dias de chuva e frio.
O playground ocupa o segundo pátio, que é descoberto e dá continuidade ao primeiro. A cobertura do edifício é um grande terraço, que funciona como solário e espaço de esporte. Certamente, os ambientes externos ganham destaque, pois funcionam como área de lazer, esporte, convívio e atividades pedagógicas.
“A maior inovação do projeto da Escola Aubrick está no dimensionamento da engenharia, que permite uma compensação do vão central com a cobertura retrátil, com uma viga bastante esbelta. Por isso, a continuidade desses elementos é muito surpreendente. Isso, sem falar também em todos os aparafusamentos, que não têm praticamente solda in loco e toda essa cadeia de produção foi fundamental como inovação”, analisa Marcelo Maia Rosa.
O uso do sistema em aço no projeto da Escola Aubrick influenciará os próximos trabalhos do arquiteto. “Estamos sempre aprendendo”, avalia Marcelo Maia Rosa. “Trabalhamos com projetistas muito bons e vamos corrigindo os rumos. Com isso, vamos aprendendo como podemos aprimorar para o nosso próximo projeto. Esse entendimento e a proximidade com os engenheiros é o que nos faz pensar em um projeto mais adequado para o futuro”.
Fica evidente, portanto, a importância da arquitetura, pois o segredo de uma boa educação não reside apenas na didática do professor ou em bons livros. O espaço de ensino que os estudantes frequentam também possui um grande peso no aprendizado.
FICHA TÉCNICA
Escola Aubrick
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