Reaproveitamento gera gentileza

22/09/2022 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço

O aço apresenta excelentes credenciais para a construção civil, pois é um material forte, durável, versátil e reciclável, além de ser um sistema construtivo leve, flexível, adaptável e reutilizável. A economia circular, possibilitada pelo seu reaproveitamento, leva à preservação essencial de recursos naturais, gerando muito menos impactos ao meio ambiente. 

Destaca-se que a reutilização do aço oferece uma vantagem ambiental ainda maior do que a reciclagem, já que não há impacto ambiental associado ao reprocessamento.

Um bom exemplo sobre a importância do reuso do sistema em aço está acontecendo no Rio de Janeiro, onde a estrutura metálica da Olimpíada será reutilizada em um novo terminal rodoviário no centro da cidade. Para isso, o projeto aproveita as características da arquitetura nômade, introduzidas pelo Rio na realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Um conceito de utilização de estruturas temporárias, com posterior aproveitamento em projetos futuros de infraestrutura.

O projeto da prefeitura do Rio já iniciou com a desmontagem da galeria técnica do Centro Internacional de Transmissão (IBC), no Parque Olímpico, e assim a estrutura em aço será usada no Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que será erguido na região do Gasômetro, em São Cristóvão, bem próximo à Rodoviária Novo Rio.  Além de sustentável, a iniciativa trará economia de R$ 22 milhões para os cofres públicos.

“Cabe ressaltar, que para além do benefício ambiental, esta ação cumpre uma das determinações do legado olímpico, na qual é preconizada a reutilização das estruturas criadas nos jogos para benfeitorias na cidade sede”, afirma Luiz Eduardo da Silva, diretor de operações da Companhia Carioca de Parcerias (CCPAR). “Neste sentido a construção de um terminal intermodal de utilidade pública, utilizando tais materiais, garante o benefício social e a consolidação de um legado”.

Do total de 1.400 toneladas de estruturas de aço do IBC, cerca de 50% vão ser reaproveitadas no mais novo projeto de mobilidade da cidade. A desmontagem leva cerca de 120 dias para ser concluída. O novo terminal vai integrar o BRT Transbrasil, 22 linhas de ônibus municipais, além das linhas 1 e 2 do VLT. “O projeto arquitetônico do Terminal Intermodal Gentileza foi elaborado tirando partido das dimensões das estruturas metálicas das galerias técnicas do IBC, de modo que toda a estrutura foi projetada já pensando no seu reaproveitamento”, explica Luiz Eduardo da Silva.

Segundo ele, o projeto de reutilização do sistema em aço deve seguir requisitos rígidos, como a inspeção do material para garantir a qualidade e o desempenho, além da limpeza e tratamento das peças com primer e depois a aplicação da pintura epóxica. Desta forma, as peças metálicas serão transportadas para o canteiro da fábrica, que fará os ajustes de projeto para posterior montagem no local da obra do Terminal Gentileza.

O nome do novo terminal faz referência a José Datrino, o ‘Profeta Gentileza’. Ele ficou conhecido pelas inscrições que eternizou nas colunas dos viadutos do Gasômetro e da Perimetral. A mais famosa delas é a frase “Gentileza gera Gentileza”, que hoje em dia estampa camisetas, adesivos e que estará também nas paredes do novo terminal.

“O projeto ainda está em fase de detalhamento”, conta Luiz Eduardo da Silva. “Mas posso dizer que a estrutura metálica será usada nas vigas, pilares e em alguns fechamentos. O uso trará grandes vantagens com relação ao prazo de execução do empreendimento, além de viabilizar o uso de estruturas leves para vencer os grandes vãos previstos em projeto”. A estrutura vencerá um vão de aproximadamente 12 metros.  

A concepção do Terminal Intermodal Gentileza, ainda de acordo com Luiz Eduardo da Silva, partiu da necessidade de conectar o BRT Transbrasil, novo corredor de transporte urbano, em etapa de finalização de obra na Avenida Brasil, aos demais modais de transporte já existentes na região central da cidade. 

“Trata-se de um terminal intermodal de escala metropolitana, que simboliza a chegada ao Centro da Cidade do Rio de Janeiro e terá a função de contribuir com a renovação da ocupação do seu entorno, em especial o bairro de São Cristóvão”, garante. “O local escolhido para a implantação do TIG é a área do antigo Gasômetro, entroncamento viário composto pelas Avenidas Brasil, Francisco Bicalho, Rodrigues Alves e Rua São Cristóvão. Vizinho à Rodoviária Novo Rio, o local se consolidará como ponto de conexão do Centro da Cidade do Rio de Janeiro à Região Metropolitana e ao Estado do Rio de Janeiro”. 

Obras como esta são bons exemplos de sustentabilidade e acreditamos que planejar um futuro de economia circular é um fator inteligente e responsável que o setor deva fazer.

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