15/06/2022 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço - Edição 61
A Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça, que liga as cidades de Vitória e Vila Velha, é o marco visual e paisagístico mais marcante do Espírito Santo. Também conhecida como Terceira Ponte, a escultura utilitária foi inaugurada em 1989 e - atualmente - está em obras para a ampliação da capacidade de fluxo de veículos, implantação de ciclovia e de barreira de proteção a vida.
É um projeto de mobilidade ousado, pois amplia a capacidade de fluxo para veículos e, o mais importante, agrega um novo modal de transporte pela via que é a bicicleta, estimulando a mobilidade ativa”, avalia Fábio Damasceno, secretário de Mobilidade e Infraestrutura do Estado”. “Também vai trazer benefícios para o turismo, já que se trata de uma das vistas mais bonitas do Espírito Santo”, completa.
No projeto original, o sistema em aço foi usado para a concepção do tabuleiro central, com vão de 260 metros entre pilares e 70 metros de altura. O empreendimento foi construído com vigas metálicas tipo caixão.
Atualmente, o equipamento de 3.300 metros de extensão tem duas faixas para veículos em cada sentido. Mas, com as mudanças que estão em andamento, passará a contar com três pistas (em cada sentido) e a capacidade de trânsito aumentará em torno de 40% - em 2021, o fluxo na Terceira Ponte foi de mais de 14 milhões de veículos. As faixas existentes ficarão um pouco mais estreitas, entretanto, também haverá duas pistas laterais destinadas ao uso exclusivo do transporte coletivo.
O novo projeto consiste ainda na construção de uma ciclovia dos dois lados, a Ciclovia da Vida. Ela propõe estrutura metálica em aço de maior proteção à corrosão, também chamado aço patinável, que será anexada nas laterais da Terceira Ponte para a passagem de ciclistas e, ao mesmo tempo, servirá como barreira de proteção.
As pistas da ciclovia serão de sentido único: uma para Vitória e uma para Vila Velha. E, próximo ao vão central, sua estrutura em aço terá um alargamento, chegando a seis metros, e funcionará como uma espécie de mirante – local especial para admirar o belíssimo pôr do sol da região. Neste ponto, parte da barreira de proteção, em grade antiescalada será substituída por chapas de vidro.
A obra, que deve ser finalizada até maio de 2023, utiliza cerca de 2.340 toneladas de aço, no total. Serão utilizados aços patináveis em perfis laminados em aço patinável COR-500 e em chapas grossas WS-350 – aço de baixa liga que oferece maior resistência à corrosão atmosférica.
Isso, aliado a alta resistência mecânica do material, se traduz em peças mais leves e otimização no dimensionamento estrutural. Devido a sua proximidade ao mar, as estruturas ainda receberão uma pintura extra para aumentar a proteção. O termo WS são as iniciais de “Wheathering Steel” ou “aço aclimatável”, em uma tradução livre. O número 350 faz referência ao limite mínimo de escoamento do aço (350 MPa).
De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), o aço é beneficiado em São Paulo, além de receber as furações e pintura, de acordo com as especificações do projeto. Só depois é enviado para o canteiro de obras, em Vitória, onde é feita a pré- montagem e a estrutura
é instalada.
Quanto às lajes da ciclovia, estas serão em steel deck, fôrma colaborante em aço galvanizado que ajuda a racionalizar recursos e agilizar a execução da obra. Essa tecnologia de execução de laje utilizada na Terceira Ponte também é bastante adequada pelo ponto de vista da sustentabilidade, pois gera menos entulho e sobras de material.
O secretário Fábio Damasceno ressalta que a construção em aço foi a escolha certa para essa obra. “Sobretudo pela sua leveza, facilidade de instalação, sem interrupção do tráfego, e menor peso próprio transferido à estrutura original”, avalia. Além disso, é uma estrutura muito flexível e muito durável, pois o aço patinável aliado a pintura de proteção, oferece boa resistência aos desgastes provocados pelo mar, pela areia, pelo ambiente e pelo tempo”.
NÚMEROS DA OBRA
Extensão total da Terceira Ponte: 3.339 metros
Largura atual do tabuleiro da Ponte: 18,3 metros
Largura do tabuleiro da Terceira Ponte + Ciclovia da Vida: 25,5 metros
Quantidade de faixas de rolamento atualmente: 4
Quantidade de faixas de rolamento após as intervenções: 6
Número aproximado de funcionários no pico da obra: 240
Quantidade de aço da estrutura metálica: 2.340 toneladas
Valor do investimento: R$ 127 milhões
CURIOSIDADE
A Terceira Ponte, oficialmente Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça, ganhou esse apelido devido às duas outras pontes que já existiam anteriormente ligando Vitória a Vila Velha: Ponte Florentino Avidos (conhecida como Cinco Pontes) e Segunda Ponte (Ponte do Príncipe).
Ampliação e ciclovia da Terceira Ponte do ES
CRÉDITOS PONTE ORIGINAL
Projeto da Terceira Ponte: Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projeto
Fabricação da Estrutura Metálica da Ponte: Usiminas Mecânica
Construtora: Odebrecht
Leia na íntegra.
Fonte: Revista Arquitetura & Aço - Edição 61
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