Integração inovadora entre estação da luz e sala São Paulo

20/09/2023 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço

Aqui está um projeto arquitetônico que une história, modernidade e sustentabilidade. O uso do sistema construtivo em aço para conectar a Estação de Metrô da Luz à Sala São Paulo, dois importantes patrimônios históricos e culturais da capital paulista, foi essencial para atender às demandas de agilidade, gestão de resíduos e garantir a reversibilidade da intervenção em um patrimônio tombado.

A concepção do projeto teve como base a leitura da proximidade entre a Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa, a Estação Pinacoteca e a Sala São Paulo. Esses pontos referenciais foram a inspiração para a criação de uma conexão direta entre eles.

“O desafio foi solucionado com a construção de um caminho aberto e visualmente agradável às pessoas, utilizando uma estrutura de aço, com cerca de 225 metros de extensão”, conta Daniel Hopf Fernandes, do escritório Fernandes Arquitetos Associados. Além disso, um elevador foi instalado para garantir acessibilidade à Sala São Paulo.

Segundo o arquiteto, o sistema construtivo em aço ofereceu diversas vantagens para a arquitetura dessa obra. “A escolha por uma cobertura de estrutura leve, facilmente distinguível como intervenção, permitiu a reversibilidade do projeto”, diz Daniel Hopf Fernandes. 

“A repetição das estruturas metálicas remete ao ritmo dos trilhos, fazendo referência aos dormentes. Essa materialidade contemporânea trouxe uma estética marcante e uma sensação de leveza à estrutura. E mais: o uso do aço proporcionou eficiência e durabilidade, garantindo a longevidade da ligação entre as duas estações”, completa.

A cobertura foi dividida em dois trechos contínuos. No primeiro trecho, entre a Estação da Luz e o Viaduto General Couto de Magalhães, foi utilizada uma cobertura em vidro, permitindo uma visão ampla do entorno para os usuários. Já no segundo trecho, entre o viaduto e o estacionamento da Sala São Paulo, foi adotada uma estrutura semiaberta sob a vedação de vidro.

“Essa escolha estética proporciona um ambiente com luz e sombras, direcionando o olhar para o horizonte e criando uma sensação de profundidade e ritmo”, avalia Daniel Hopf Fernandes.

O corredor recebeu uma extensa estrutura metálica junto à cobertura de vidro, que serve como abrigo em dias de chuva, garantindo o conforto dos usuários. A ambientação desse espaço foi pensada para fortalecer a relação com os bens históricos e proporcionar uma experiência agradável. Foram incorporados elementos como paginação de piso acessível, peças de paisagismo e pisos de grama, que humanizam o espaço urbano. Nos guarda-corpos da escada, passarela e elevador, foi utilizado vidro para não interferir na paisagem.

A conexão com a linha férrea foi estabelecida através da repetição das estruturas metálicas. “Esse elemento de design foi desenvolvido com um sistema leve e industrializado, revestido por painel laminado compacto de alta pressão, marcando as intervenções com cor e materialidade contemporânea”, afirma o arquiteto. Essa repetição cria uma harmonia visual com a linha férrea e integra o projeto ao seu entorno.

Para garantir a segurança e a segregação do fluxo dos usuários, foi instalado um gradil entre o caminho e a plataforma. O uso do gradil foi escolhido devido à sua leveza, alta permeabilidade visual, resistência e baixo custo de manutenção, de acordo com Daniel Fernandes. “Essa solução contribui para a estética e funcionalidade do projeto, proporcionando um ambiente seguro e confortável para as pessoas”.

A visibilidade da ligação entre as estações é reforçada durante a noite por meio de fitas de LED instaladas na cobertura envidraçada do trajeto. Além de contribuir esteticamente, essa iluminação noturna melhora a visibilidade e a segurança para os usuários que utilizam a ligação nesse período.

“A integração inteligente do sistema em aço pode transformar o panorama da arquitetura brasileira, trazendo benefícios e possibilidades para projetos futuros”, analisa o arquiteto responsável pelo projeto. “O aço como material construtivo oferece soluções técnicas, agilidade na construção, redução de resíduos e sustentabilidade. Além disso, a construção em aço permite um planejamento mais preciso e uma execução mais eficiente”.

Segundo Daniel Hopf Fernandes, espera-se que o projeto de ligação entre a Estação da Luz e a Sala São Paulo tenha um impacto significativo na mobilidade da região. O aço se apresenta como um material versátil e inovador, capaz de transformar edificações pesadas em estruturas leves e integradas ao ambiente, ainda de acordo com o arquiteto do escritório Fernandes Arquitetos Associados.

“A escolha do sistema construtivo em aço permitiu boa flexibilidade do projeto em relação a possíveis alterações futuras”, analisa Daniel Hopf Fernandes. “A cobertura leve e modular foi projetada para atender às necessidades de reversibilidade, considerando a proteção e tombamento da Estação da Luz. Esse sistema construtivo modular e adaptável oferece vantagens para projetos dessa natureza, permitindo ajustes e modificações conforme as demandas e evoluções futuras”.



FICHA TÉCNICA

Projeto de Ligação entre a Estação da CPTM e a Sala São Paulo
Projeto Arquitetônico/Arquiteto Responsável: Fernandes Arquitetos Associados/Daniel Hopf Fernandes
Execução da Obra:Construmax Engenharia
Empresa Responsável pelo
Projeto da Estrutura em Aço: Lubas Engenharia
Área Construída: 1.686,72m²
Volume de Aço Empregado: 12 toneladas 
Conclusão da Obra: 2022
Local: São Paulo, SP

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