24/05/2023 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço
A Fase 3 do projeto de expansão da SAP Labs Latin America, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul conta com um novo edifício, com estrutura metálica, com 862 toneladas de aço e volumetria regular, que se insere respeitosamente junto aos primeiros edifícios (fases 1 e 2) projetados por Eduardo de Almeida e César Shundi Iwamizu.
O sistema em aço foi fundamental, pois o projeto foi criado para gerar o menor impacto possível ao ambiente, adotando conceitos como reutilização de água, consumo inteligente de energia e aproveitamento máximo da luz natural, uso de materiais de construção sustentáveis, destinação correta de resíduos e utilização de elementos de baixa degradação. Em função dessas escolhas, o novo edifício apresenta o menor nível de emissão de CO2 por funcionário da empresa alemã de softwares para gestão, que conta com outros 20 complexos espalhados pelo mundo.
Desde sua chegada ao Brasil, em 2006, então com 22 desenvolvedores em uma sala, a SAP Labs fincou raízes no Sul, inaugurando a Fase 2 da sua sede, em 2013, e, agora, apresentando um novo espaço de 14.000 m² para ampliar sua operação no País.
“Quando iniciamos o trabalho da Fase 3, além do valioso pensamento sustentável, o cliente tinha um cronograma apertado, com prazos para projeto, prazos para o bid, prazos para execução da obra e posterior ocupação do prédio”, afirma o arquiteto Fernando Balvedi, sócio diretor do Hype Studio, que assina o projeto junto com o escritório Triptyque. “A necessidade era realizar a obra em 14 meses”.
Sendo assim, o especialista diz que uma das premissas adotadas foi buscar processos industrializados para reduzir ao máximo o trabalho realizado diretamente no canteiro. “Logo de início, decidimos que deveríamos usar estrutura em aço para vencer esse prazo, ainda mais levando em conta a dimensão do prédio”.
Além da estrutura metálica do novo edifício, as outras soluções também são industrializadas como as lajes em steel deck, que ficaram aparentes, sem a inclusão de forros. Aliam-se a estas soluções, as divisórias em drywall com chapa dupla e isolamento acústico, o piso elevado, e os sistemas de fachada ventilada e brises têxteis.
“O sistema metálico colaborou - sobretudo – para atender o prazo exíguo, mas também nos permitiu fazer grandes vãos, com peças estruturais relativamente esbeltas, tornando todo o conjunto elegante, onde os elementos se alinham de forma quase natural”, analisa Fernando Balvedi.
O espaço interno foi desenhado para abrigar mais de 850 profissionais, incentivando a colaboração e a troca de conhecimento, com espaços amplos, flexíveis, repleto de luz natural e beneficiado pela mais recente tecnologia em sistemas de áudio, vídeo, comunicação e automação. “Acredito tratar-se do melhor edifício para trabalho do Rio Grande do Sul”, avalia Fernando Balvedi.
De acordo com ele, a estrutura em aço ajudou a moldar uma conexão leve entre as edificações das Fases 1, 2 e 3, um dos escopos do projeto de expansão da SAP. “Criamos uma zona de ligação entre os edifícios com mais de 500 m² de área, sem nenhum apoio interno, totalmente livre de pilares, que se transformou em local para eventos”, relata o arquiteto do Hype Studio.
Em tempo, esse espaço intermediário de conexão, com 21 metros de extensão e oito metros de pé direito, pode receber até 700 pessoas.
Fernando Balvedi destaca também que há dois pátios, um no térreo e outro elevado no primeiro pavimento, que articulam os espaços internos do novo edifício e proporcionam também aconchegantes áreas de permanência ao ar livre. “Junto aos pátios foram dispostas salas de reuniões e copas, além de uma cafeteria central”, descreve.
O cliente respondeu da melhor forma possível ao projeto finalizado, segundo o arquiteto do Hype Studio. “No dia da inauguração, haviam diretores de vários locais do mundo participando da cerimônia. Todos estavam visivelmente encantados com o resultado final. Certamente, o prédio virou um case de referência global para a SAP”.
FICHA TÉCNICA
SAP São Leopoldo
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