Próxima parada: Estação Francisco Morato

14/01/2021 | Notícia | Revista Arquitetura & Aço

A construção em aço é a grande personagem da nova estação Francisco Morato da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Só para se ter ideia, foram utilizados na reforma mais de 300 toneladas do material em 6.000 m² de área construída. “Apenas a cobertura central, a maior e mais importante, consumiu cerca de 200 toneladas de aço”, confirma Wesley Amaral, engenheiro projetista da PlanMetal Estruturas Metálicas, responsável pelo detalhamento do projeto para a fabricação do material.

Além da cobertura das plataformas, as torres de elevadores, a torre de circulação vertical, a rampa, a fachada do prédio anexo, as estruturas para suporte de luminárias, calhas, platibandas das plataformas e suporte para policarbonato também foram projetadas, fabricadas e montadas pela PlanMetal. 

Sobre o projeto estrutural original foram feitas diversas modificações importantes, que facilitaram e otimizaram o processo de fabricação, transporte e montagem. “Uma das alterações que foram feitas sobre o projeto das estruturas de aço foi sobre as ligações das treliças”, conta Wesley. 

“As ligações originais eram em sistema muito antigo de rebite, que não permitia ajustes. Este fator poderia constituir uma dificuldade, na medida em que, caso uma ligação fosse montada com alguma imprecisão, ainda que mínima, as peças teriam que voltar à fábrica e serem retrabalhadas”. A solução, ainda de acordo com Wesley, foi o sistema de barra passante, com porcas em ambos os lados da estrutura. 

Ele disse também que o projeto estrutural original da estação Francisco Morato continha pilares do tipo ‘pé-de-galinha’, que constituíam uma dificuldade para o transporte das peças, pois eram excessivamente longos, com 14 metros. “Em função disso, a equipe técnica projetou uma nova ligação, posicionada da melhor forma ao longo das peças, e – posteriormente – validou junto ao calculista da obra. Essa solução permitiu viabilizar não só o transporte, como também facilitar o corte das peças, além de todo o processo de manufatura”.

A obra ficou pronta quatro meses antes do previsto e foi entregue no final de agosto deste ano. A estação Francisco Morato da CPTM tem cinco escadas rolantes, três elevadores, dois acessos externos, dois túneis sob a via férrea para a circulação de passageiros e está localizada ao lado do terminal de ônibus do município. O local também tem sanitários disponíveis aos passageiros na área paga – todos acessíveis – e validadores de bilhete único.

A estação conta ainda com um boulevard e uma praça dentro dos limites da estação, que tem três vias operacionais e uma quarta exclusiva para trens de carga, de forma a não interferir na circulação dos trens de passageiros, principalmente, nos horários de pico, quando a demanda é maior.

“Com a nova estação, foram realizadas melhorias para os passageiros da CPTM que utilizam a Linha 7-Rubi todos os dias. A CPTM encerrou a baldeação em Francisco Morato. Assim, todos os trens que partem de Jundiaí, fazem viagens diretas até a estação Brás, sem a necessidade de fazer transferência na estação Francisco Morato. A medida reduziu em cerca de 10 minutos o tempo de viagem até a capital paulista”, analisa Paulo Valério Costa, gerente de implantação da Gerência de Obras Civis (GEO) da CPTM.

Ele também falou sobre a importância do sistema construtivo em aço nesta obra. “A solução em aço viabilizou a conclusão/entrega da estação antes do cronograma do contrato. O aço simplificou a solução das obras subterrâneas, com destaque principal para as paredes de contenção das áreas subterrâneas, metodologia semelhante às paredes diafragmas das obras executadas no processo “cut and cover”.

Para Paulo Valério, a construção em aço tem muito a contribuir para as soluções de engenharia, tanto nas obras pesadas da construção civil, obras de arte, incluindo as pontes passarelas e viadutos, portos; como no setor de edificações, incluindo prédios industriais e residenciais.

Ficha técnica

Projeto Arquitetônico: PRCA Engenharia Ltda.
Área Construída: 6.000 m²
Aço Empregado: Vigas laminadas em ASTM A572 Gr.50, chapas em ASTM A36
Volume do Aço: 335 toneladas 
Projeto Estrutura de Aço: PlanMetal Estruturas Metálicas
Execução da Obra: Consórcio Telar & Spavias
Local: São Paulo, SP
Conclusão da Obra: 2020

Veja a matéria na íntegra.

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