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Descrição enviada pela equipe de projeto. Casa no campo para família numerosa (pais, filhos e netos) com diferentes formações profissionais e diversos interesses (música, culinária, administração pública, medicina, arte, etc.) e um importante acervo de obras de arte. O local integra uma fazenda Histórica planejada para receber residências de veraneio certificadas em Área de Proteção Ambiental, empreendimento chamado de “Villa Botânica” comprometido com o desenvolvimento socioambiental sustentável da região na zona rural de Itu SP, com glebas planejadas com o mínimo de 2 hectares cada.

O amplo programa de necessidades da família estimulou a construção de modelo de ocupação e ordenamento dos espaços que privilegiam as visuais da paisagem cênica do campo, do restauro da mata nativa e das belas perspectivas em especial da linha do horizonte recortada pela colina da fazenda.

Também como premissa todo o planejamento, o projeto e construção seguiu estritamente as normas de certificação ambiental Aqua-HQE atestada pela Fundação Vanzolini contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região, obtendo a máxima menção de obra arquitetônica sustentável.  

Após entrevista com a família, o arquiteto compreendeu a necessidade de distinção entre três grandes funções que geraram diferentes espaços à casa: Área de vivência e contemplação social, Área íntima das suítes e Área de atividades sociais lúdicas. Estas diferentes funções e espaços apesar de independentes se conectam com facilidade e naturalidade.

Em gleba de 2 hectares, com 160 mts. de divisa frontal no sentido Leste-Oeste para rua de servidão interna a fazenda, foi escolhido implantar todo o programa de necessidades em um principal retângulo longitudinal.de 82,00mts. x 19,00mts paralelo a rua.

Este retângulo pousado no centro do terreno em declive para a face norte possibilitou a integração entre as diferentes atividades sob a mesma cobertura, o passeio entre elas é estimulado pelos ambientes que se abrem em varandas contínuas, que além de proteger o habitante, resguarda a privacidade e enquadra a paisagem que se modifica com a incidência do sol ao longo do dia. Esta implantação central equilibra os espaços vazios em volta da casa que são utilizados por passeios, jardins e restauro da mata nativa que envolve e protege toda a obra.

Por este “passeio arquitetural” se posiciona o acervo das obras de arte, o mobiliário e a flora com feliz resultado da parceria com a arquitetura de interior, o projeto luminotécnico e o projeto paisagístico.

A estrutura é propositalmente rigorosa, ortogonal, econômica e modular. As linhas retas e esbeltas dos pilares metálicos, da estrutura de concreto da laje de piso e da cobertura metálica com seu balanço perimetral generoso e equilibrado, são elementos que juntos abrigam a transparência, a fluidez e integração entre os ambientes internos e os espaços e jardins no exterior, relação otimizada pelos fechamentos das esquadrias de vidro piso-teto.

A declividade do terreno foi aproveitada para abrir as visuais prioritárias ao norte e fechar as visuais e ambientes ao sul como se a casa estivesse semienterrada e protegida pelos matacões naturais da vista de quem passa pela rua.

O acesso principal se dá exatamente pelo centro da casa, na face sul, afastada 25 metros da rua e resguardado pela declividade e pelos grandes matacões preservados, em passeio sinuoso pelos jardins em jogo de visuais que deixa transparecer e descobrir aos poucos a varanda e hall de entrada. Este mesmo módulo central que ocupa 1/4 da construção com apenas a recepção e jardim pátio “mirante” (com altura dupla devido a declividade natural do terreno) serve como principal elo de ligação e organizador espacial entre as três grandes funções da residência (contemplação, íntimo e social).

Desta maneira partindo do módulo e pátio central do hall de acesso temos a Oeste a área de Contemplação e Vivência Social (estar, lareira, jantar, cozinha e varandas) a Leste no mesmo nível a área Íntima (6 suítes, galeria de arte e estar íntimo) e também a Leste aproveitando o declive natural do terreno permitiu abrigar em pavimento inferior à área de Atividades Sociais Lúdicas (home theater, sala jogos, espaço gourmet, varanda  e piscina) gerando a sensação de um segundo térreo, além de confirmar a privacidade das suítes no pavimento superior.   

A solução arquitetônica primeira do abrigo e ordenamento do espaço para cumprir as atividades familiares tem como guia o estímulo visual, a importância estética na construção priorizando e cuidando das proporções dos ambientes. A composição entre materiais e o jogo de cheios e vazios determina ritmo ao olhar e deixa claro o protagonismo do equilíbrio entre obra construída e natureza.

Ficha Técnica

Arquitetos: Alfredo Barbosa Arquitetura
Área: 3000 m²
Ano: 2021
Fotografias: Maíra Acayaba
Fabricantes: Assistec ar-condicionado, Ateliê Emerson Garcia, Camacon, DB Som, Deca, Dimlux, Doering paisagismo, E:light, Edda, Elect-Rom, Giacomet, Granitorre, Imperpoços, Itu Gesso, Kingspan Isoeste e Panisol, Lightsource, Luxion, Nucleora, Osvaldo Matos, PHB, Pedra mista, Repedras, Serralheria Martinez, Solar Minas, Squadra PVC-5
Arquitetos Responsáveis: Alfredo Barbosa
Paisagismo: LF Paisagismo
Luminotécnica: Studio Ix, Arq. Guinter Parschalk - Studio Ix
Interiores: Arq. Lucia Ravache
Acústica: Acústica & Sônica
Estrutural Concreto: Eng. Laercio Lamana - Building Engenharia
Estrutural Metálica: Eng. Daniel Pellon - Emac
Elétrico: Eng. Ricardo Chagas Leite
Hidráulico: Hidro, Eng. Eduardo F. de Moraes - Hidro
Automação: A2M2 e Steluti Engenharia
Construção: AB construtora gerenciamento
Engenharia Civil: Atai Engenharia
Estrutura Metálica: Engebolt Construções
País: Brasil

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